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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Para continuar a calar alguns (já poucos) papagaios

“Na época desportiva 2014/15 a Sporting SAD apurou os melhores resultados operacionais da sua história, no valor de 23.463 milhares de euros. No mesmo período, a Sociedade apresenta um resultado líquido positivo em 19.333 milhares de euros”, pode ler-se na nota enviada à CMVM.

Na base destes resultados, a SAD ‘leonina’ refere que a variação nos resultados líquidos face ao exercício anterior (368 milhares de euros) encontra suporte, essencialmente, “no forte aumento de rendimentos (proveitos e outros) em quase 13 milhões de euros, bem como por uma mais eficiente gestão das transações com passes dos atletas, que permitiram gerar um rendimento líquido superior a 17,1 milhões de euros (10,8 no exercício económico anterior)”.

Já ao nível dos rendimentos, a SAD ‘verde e branca’ refere que o aumento verificado, superior a 23 milhões de euros, é justificado, sobretudo, pelo efeito combinado de aumento das receitas provenientes da participação na Liga dos Campeões e Liga Europa, no incremento das receitas com bilhética e no aumento das receitas com publicidade e patrocínios.

No âmbito dos gastos, a Sporting SAD revela ter havido no exercício de 2014/15 um aumento, em valor absoluto, dos gastos totais incorridos.

“Não ocorreu, contudo, qualquer inversão na política de contenção de gastos, mas, antes sim, uma aposta numa maior dinâmica da atividade, tendo em vista posicionar a Sporting SAD, de forma permanente, entre as melhores equipas portuguesas, da qual decorreu a assumpção de maiores encargos”, lê-se na nota.

O Sporting acrescenta que na época desportiva 2014/15 manteve uma forte política de contenção em matéria de encargos com o pessoal, que representam 48% da estrutura de gastos operacionais (59% em 2013/14).

“Realce-se, contudo, que os custos com o pessoal – cujo valor absoluto permanece inalterado face ao verificado na época desportiva que lhe precedeu – incorporam uma diminuição de 40% face aos gastos da mesma natureza incorridos em 2012/13″, acrescenta.

Deste modo, segundo o Sporting, os capitais próprios sofreram um incremento superior a 125 milhões de euros, os quais se apresentam como positivos em 30 de junho de 2015 no montante de 7.043 milhares de euros (eram negativos em 118.030 milhares de euros, em 30 de

junho de 2014), “o que acontece pela primeira vez em largos anos”.

A SAD ‘leonina’ sublinha que o exercício económico 2014/15 fica marcado pela continuidade do plano de reestruturação financeiro e organizativo da Sporting SAD, implementado inicialmente no exercício económico anterior.

“Foi com enorme satisfação que o conselho de administração da Sporting SAD viu, em maio de 2015, reconhecido pelo Comité de Controlo Financeiro dos clubes da UEFA, entidade que fiscaliza o cumprimento das regras de ‘fair play’ financeiro, o trabalho desenvolvido nestes últimos dois anos pelo atual conselho de administração, que, herdando um processo daquela instituição face aos prejuízos acumulados pela anterior administração na ordem dos 85 milhões de euros em duas épocas, conseguiu uma recuperação financeira que de imediato suspendeu o risco de sanções mais gravosas e que poderiam levar à suspensão da participação pela Sporting SAD em competições europeias e demais possíveis sanções pecuniárias e disciplinares”, sublinhou.

A finalizar, a nota destaca que em 30 de junho de 2015 o passivo total da Sporting SAD ascendia a 228,4 milhões de euros, inferior em 36,2 milhões de euros face ao verificado no mesmo dia de 2014, o que representa uma diminuição de 14%.

5 comentários:

  1. Gostaria que alguém me explicasse isto pf:
    "50% a 100% dos Direitos Económicos do jogador André Carrillo". Isto está escrito no RC. Como é que se pode ter 50 a 100% de um passe? A posse é fixa e não variável. Alguém tem detalhes sobre isto, se é possível isto existir?

    Outro assunto relevante:
    "Atendendo aos factos e fundamentos legais invocados na acção interposta pela Sporting SAD, a mesma entende que deste processo não resultarão impactos negativos materialmente relevantes, susceptíveis de afetar as suas demonstrações financeiras em 30 de Junho de 2015. (caso Doyen)"

    - Não deveria o RC prever ambos os cenários? São 17 milhões de euros que deveriam constar como provisão. Ganhando ou perdendo existe um impacto futuro que deve ser contabilizado. Como normalmente acontece nos RC's.

    Alguém por aqui que perceba um pouco mais disto e que possa esclarecer?

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  2. Unicp,

    Sem querer arriscar muito, creio que o passe estará relacionado com o letigio sobre o passe. Tanto quanto sei não é ilegal colocar isto no RC, mas pode ser "barrado" pela CMVM dado que é um dado relevante para acionistas.

    Em relação à segunda questão é algo do foro contabilistico.
    Ou seja, imagina que ganhamos em tribunal:
    Bom para o RC 2014/2015, irrelevante para o RC 2015/2016

    Imagina que perdemos:
    Bom para o RC 2014/2015
    Mau para o RC 2015/2016

    A decisão do Sporting pode ser vista como uma forma de transmitir um RC mais optimista aos acionistas. Again, não é ilegal, mas pode ser contestado em AG. Não é uma prática muito ética, mas é uma forma de motivar as tropas.

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  3. Quanto ao assunto de se ter constituído ou não uma provisão para o litígio com a Doyen em 14/15 (ou até em 13/14) qualquer das opções era legítima e válida.


    Aliás o ROC não colocou uma reserva às contas, mas sim a ênfase.

    Agora, constituir uma provisão teria feito com que esse valor fosse subtraído aos resultados obtidos no exercício em causa.

    E não acho que os resultados dos dois anos anteriores tivessem folga para incorporar esse valor.

    Temos a questão da imposição da UEFA quanto às regras de fair play financeiro e admito que por isso mesmo a direccao tenha optado por não constituir a provisão.

    Mas mais uma vez digo... Foi uma decisão legítima e não vejo que o clube tenha feito algo que não pudesse ter feito.

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  4. Sim Jorge,

    Tal como referi, não creio que seja ilegal, ou sequer questionável. É uma decisão do foro contabilistico que tem muito a ver com o fairplay financeiro, e também para transmitir aos acionistas confiança.

    O futuro dirá como corre este caso, o que dá para perceber é que uma decisão negativa terá um impacto duro nas contas de 2015/2016, pode chegar aos 20 milhões. Mas para quê ceder ao pessimismo? O clube tem activos para cobrir, e ainda não perdemos o caso, nem existe indicação de tal.

    Quanto ao passe de Carrillo... bom é melhor não falar.

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    Respostas
    1. Pois...

      Não tenho dúvidas que uma derrota no caso Doyen irá implicar a venda de um activo por valores na ordem dos 20 milhões.

      Se o impacto financeiro da não presença na LC ainda se consegue gerir com algum sacrifício, não acredito que este se resolva de outra forma.


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