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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Crónica de Daniel Oliveira

Como todos pudemos ver, a polícia tentou impedir a entrada de adeptos do Benfica no relvado do Guimarães.
Jorge Jesus interpôs-se na cena, podendo ter cometido o crime de “ofensa à integridade física simples” a “coação e resistência”.
A intervenção de Jesus é ainda mais grave quando a decidiu ter num estádio onde era visitante e onde, se existisse alguma falha de segurança, o responsabilizado seria o clube adversário.

Vieira já veio dizer que Jesus não agrediu ninguém e que não sabia, não podia saber, que se tratava de polícias. E ilustrou estas declarações com a afirmação de que não vira ninguém esmurrado.

O presidente do clube foi acompanhado pela cegueira clubística que parece ensandecer adeptos, antigos dirigentes e até alguns jornalistas. Ou eu estou ceguinho ou vi o treinador dar murros na mão de um agente da autoridade facilmente identificável, com a palavra “Polícia” escrita, em letras garrafais, no colete.
Ou eu estou maluco ou isso é, aqui e em qualquer lugar do Mundo, um crime. Se qualquer cidadão fizesse o que Jesus fez, seria imediatamente imobilizado e detido. Isto, claro, perante um polícia cumpridor da lei. Infelizmente, em muitos casos ter-lhe-ia acontecido pior.
Só por Jesus ser treinador do Benfica é que continuou em liberdade e não teve uma reação mais intempestiva da polícia. Ainda por cima quando, naquele caso, a polícia cumpria uma obrigação: a de impedir uma invasão de campo.
E, ao contrário do que acontece muitas vezes, pareceu-me fazê-lo sem um uso desproporcionado da força. No dia em que deixar de o fazer, a integridade física dos jogadores de futebol, incluindo os do Benfica, e dos treinadores, incluindo Jorge Jesus, correrá sérios riscos.

Jorge Jesus está a passar por um momento difícil.

Um momento que resulta de um erro de Vieira: prolongou, para além do que devia, o casamento entre o Benfica e o treinador.
Contestado por cada vez mais sócios, o técnico, de cabeça perdida, resolveu conquistar a sua simpatia da pior forma: tornando-se ele próprio num adepto. E no pior tipo de adepto: o hooligan. Depois desta imagem, e da insensata desculpabilização que Vieira fez deste comportamento, como vai o Benfica ter autoridade para manter a serenidade dos seus adeptos e a segurança no seu estádio?

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