A vitória arrancada a ferros é sempre mais saborosa e ontem foram seguramente três pontos importantíssimos na luta pelo campeonato.
O jogo foi muito cinzento. Demasiado cinzento, na verdade. Talvez seja o preço a pagar pelo longo hiato competitivo, mas não gostei de ver alguma apatia na nossa equipa.
Uma vez mais, tornou-se evidente que o nosso meio-campo tende a emperrar frente a equipas bem organizadas (e este Guimarães é muito bem estruturado por Rui Vitória). É uma falha repartida pelo tridente do miolo, mas onde André Martins surge repetidamente como o elo mais fraco.
Sob pena de chover no molhado, Martins não tem intensidade para mandar no meio-campo ofensivo em jogos mais complicados, parecendo que a equipa passa a jogar com apenas 10...
Na segunda parte, o jogo leonino apareceu mais fluído, mas ficou a sensação que Leonardo Jardim demorou a mexer no jogo. É bom respeitar o adversário, já não me parece positivo que se tenha permitido tanta expressão territorial ao Guimarães. Felizmente, Slimani confirmou a sua competência, logrando em parcos minutos aquilo que não foi conseguido pela equipa ao longo do encontro: marcar um golo.
Há um sentimento unânime que Jardim implementa uma mudança tática ao colocar Slimani. Sinceramente considero que pode não ser assim tão líquido. O argelino torna-se referência ofensiva, mas Montero recua, desempenhando o papel que "deveria" ser realizado por André Martins. Apesar do colombiano não ser obviamente um "10", creio que acaba por invadir esse espaço com a sua superior capacidade técnica, beneficiando igualmente do peso de Slimani à sua frente.
Mais do que passar para 4-4-2, passamos a ter um 4-2-3-1, em que os alas e Montero se fundem num vértice atacante com enorme ferocidade.
Neste contexto, tenho muitas dúvidas que Jardim passe a contar com Slimani logo de princípio. O nosso treinador tem uma base essencialmente conservadora e não o estou a ver mexer na estrutura em termos táticos.
SL
Concordo Endho, na minha opinião em certos jogos é mais apropriado jogar com Montero no lugar de André Martins (nos jogos mais musculados) e com Slimani a ponta de lança até porque Slimani põe a cabeça onde muitos não metem os pés...mas a equipa foi muito bem construída com as parcas possibilidades financeiras na altura em que foi feita.
ResponderEliminarAgora em Janeiro, um central e um nº10 eram a cereja no topo do bolo para atacarmos o título, essencialmente um nº10.
Sl