O polémico golo anulado este fim de semana ao Sporting tem uma característica muito especial: não foi polémico.
Exceto meia dúzia de alminhas, não se encontra quem diga que o golo foi bem anulado. Foi golo e pronto. A única polémica foi a decisão do árbitro de o anular.
O Sporting merecia ter acabado a primeira volta da Liga com mais dois pontos. É bem verdade que, como foi dito várias vezes na conferência de imprensa em Alvalade, um jogo e uma atuação de um árbitro não podem ser resumidos num só lance.
Mas é também verdade que basta um lance para mudar a história de um jogo – às vezes mesmo de um campeonato.
Quando é “limpinho, limpinho”, não há nada a fazer. Quando o árbitro erra… também não? Pois, também não.
As declarações de Bruno de Carvalho no final do jogo foram uma bordoada exagerada, como diz José Fontelas Gomes, presidente da Associação de Árbitros de Futebol? Deve o presidente do Sporting ser punido pelo que disse? Ou, como afirmou Carlos Xavier, o líder do clube leonino fez muito bem em protestar, pois “o Sporting andou a ser comido muitos anos”?
Esta questão é talvez muito importante, mas é muito menos importante do que outra: o que acontece ao árbitro que errou e prejudicou ostensivamente o Sporting?
Nos últimos anos, o movimento propulsionado pelo jornalista Rui Santos que apela à verdade desportiva tem engrossado a sua lista de apoiantes.
Está demonstrado que a utilização de novas tecnologias ajuda a reduzir a margem de erro e possibilita a correção atempada de uma decisão errada.
Sempre que há um lance como o deste fim de semana entre o Sporting e o Nacional, ergue-se uma barragem de críticas ao “sistema” e desfraldam-se bandeiras apelando à verdade desportiva.
E depois nada acontece. Assim será outra vez agora. As críticas dos árbitros ao presidente do Sporting são uma tentativa de mudar de assunto. O que, como quase sempre, será conseguido.
Como escreveu Mário Balotelli há dois dias no Twitter, “Bom Natal e bom ano a todos, até para o árbitro”.
Pedro Santos (in Record)
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